EQUIPARAÇÃO HOSPITALAR PARA CLÍNICAS CARDIOVASCULARES
Eduarda Saldanha • 15 de fevereiro de 2025

Como pagar menos impostos dentro da legalidade.


A tributação elevada é um dos maiores desafios enfrentados pelas clínicas médicas especializadas. No caso das clínicas cardiovasculares, que operam com alta complexidade e infraestrutura avançada, há uma alternativa tributária que pode reduzir significativamente o peso dos impostos: a equiparação hospitalar.


Se a sua clínica realiza exames e procedimentos cardiovasculares, pode ser possível reduzir a base de cálculo do IRPJ e da CSLL de 32% para 8% e 12%, respectivamente. A seguir, esclarecemos as principais dúvidas sobre esse benefício e como aplicá-lo corretamente.

 

O que é a equiparação hospitalar?

A equiparação hospitalar é um regime tributário que permite que clínicas médicas especializadas, que prestam serviços complexos e possuem infraestrutura hospitalar, sejam tributadas como hospitais. Isso reduz a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, diminuindo consideravelmente a carga tributária.

 

Quais clínicas cardiovasculares podem ter esse benefício?

Para que uma clínica cardiovascular possa ser equiparada a um hospital, é necessário atender a critérios específicos estabelecidos pela Receita Federal e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). São eles:

  • Realizar procedimentos e exames complexos como cateterismo cardíaco, angioplastia, ecocardiograma transesofágico e outros.
  • Ter infraestrutura diferenciada, incluindo ambiente cirúrgico, UTI ou área de recuperação pós-procedimentos.
  • Seguir as normas da ANVISA e o RDC 50/2002, que estabelecem requisitos para estabelecimentos assistenciais de saúde.
  • Ser registrada como sociedade empresária e cumprir os requisitos sanitários e regulatórios.



Se a clínica preenche essas exigências, é possível buscar a equiparação hospitalar e garantir tributação reduzida.

 

Como a equiparação hospitalar impacta os impostos da clínica?

A principal vantagem da equiparação hospitalar é a redução da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, resultando em uma economia significativa.


  • Antes da equiparação

Base de cálculo padrão: 32% da receita bruta.

IRPJ: 15% sobre a base de cálculo (32%).

CSLL: 9% sobre a base de cálculo (32%).


  • Após a equiparação hospitalar

Base de cálculo reduzida: 8% para IRPJ e 12% para CSLL.

IRPJ: 15% sobre a base de cálculo reduzida.

CSLL: 9% sobre a base de cálculo reduzida.

 

Quanto uma clínica cardiovascular pode economizar com esse benefício?

Vamos considerar uma clínica cardiovascular com faturamento anual de R$ 1.200.000,00.


  • Sem equiparação hospitalar

Base de cálculo do IRPJ: R$ 384.000,00 (32%)

IRPJ devido: R$ 57.600,00

Base de cálculo da CSLL: R$ 384.000,00 (32%)

CSLL devido: R$ 34.560,00


  • Com equiparação hospitalar

Base de cálculo do IRPJ: R$ 96.000,00 (8%)

IRPJ devido: R$ 14.400,00

Base de cálculo da CSLL: R$ 144.000,00 (12%)

CSLL devido: R$ 12.960,00


Economia total: R$ 64.800,00 ao ano,  esse valor pode ser reinvestido na ampliação da clínica, aquisição de equipamentos ou aprimoramento dos serviços.

 

Quais são os riscos de não utilizar a equiparação hospitalar?

Se a clínica cardiovascular não estiver corretamente enquadrada na equiparação hospitalar, pode acabar pagando impostos em excesso e, ainda, ficar exposta a fiscalizações e autuações tributárias.


Além disso, caso a clínica esteja aplicando o benefício sem atender aos requisitos legais, a Receita Federal pode desconsiderar a equiparação, exigindo os valores retroativos com multas e juros.

 

Como solicitar a equiparação hospitalar para uma clínica cardiovascular?

Para garantir que a equiparação hospitalar seja reconhecida, é necessário seguir alguns passos:

  1. Análise da atividade da clínica: Verificar se os serviços prestados estão dentro dos critérios exigidos.
  2. Revisão da documentação: Contratos, notas fiscais, estrutura física e registros da ANVISA devem estar em conformidade.
  3. Adequação fiscal e contábil: A clínica deve garantir que as apurações de IRPJ e CSLL sigam as alíquotas corretas.
  4. Verificar a possibilidade de restituição dos últimos 5 anos: Se a empresa estiver cumprindo os requisitos nos últimos 5 anos, é possível solicitar a restituição dos valores pagos indevidamente, que podem ser restituídos em conta corrente ou compensando débitos futuros.

 

Vale a pena buscar assessoria especializada para equiparação hospitalar?

Sim. A equiparação hospitalar exige um conhecimento detalhado da legislação tributária e sanitária. Qualquer erro no enquadramento pode resultar em autuações e cobranças indevidas.


Uma assessoria especializada pode:

  • Identificar se a clínica tem direito ao benefício e corrigir eventuais irregularidades.
  • Protocolar o pedido de equiparação de forma correta junto à Receita Federal.
  • Evitar riscos tributários e garantir que a clínica economize dentro da legalidade.

 

A equiparação hospitalar pode reduzir impostos da sua clínica cardiovascular.


A equiparação hospitalar é uma estratégia tributária fundamental para clínicas cardiovasculares que desejam reduzir sua carga tributária e aumentar a margem de lucro. Se a sua clínica ainda não se beneficia dessa vantagem fiscal, é hora de avaliar se você está pagando impostos de forma errada e buscar a regularização.


Não perca dinheiro! Se sua clínica realiza procedimentos avançados e possui estrutura diferenciada, há grandes chances de conseguir a equiparação e economizar com impostos.


Consulte um dos nossos especialistas em direito tributário para orientá-lo sobre a equiparação hospitalar, entre em contato com a nossa equipe especializada pelo formulário abaixo. 


Por Eduarda Saldanha 9 de julho de 2025
Entenda o risco e como se defender Você sabia que as instituições financeiras são obrigadas a informar mensalmente à Receita Federal todos os valores movimentados via cartão de crédito, débito e PIX ? E que esses dados estão sendo cruzados com as declarações fiscais da sua empresa? Se você movimentou valores e não emitiu notas fiscais ou não declarou corretamente , pode estar prestes a receber um Auto de Infração – e com ele, enfrentar multas altíssimas, perda de benefícios fiscais e até a exclusão do Simples Nacional . Neste artigo, vamos explicar o que é um Auto de Infração, como funciona esse cruzamento de dados, os impactos para o empresário e o que fazer para se defender e anular autuações indevidas . O que é um Auto de Infração? O Auto de Infração é o instrumento utilizado pelo Fisco para formalizar a constatação de uma irregularidade tributária e realizar a cobrança do tributo e aplicar multas . Ele é lavrado quando a autoridade fiscal entende que o contribuinte deixou de cumprir alguma obrigação principal (como pagar tributos) ou acessória (como declarar ou emitir documentos fiscais). No caso do cruzamento de dados bancários, a infração mais comum ocorre quando a Receita identifica que o empresário teve movimentação financeira , mas não declarou esse faturamento ou não emitiu notas fiscais correspondentes . Como ocorre o cruzamento de dados? Desde 2017, instituições como bancos, administradoras de cartões e fintechs estão obrigadas a informar mensalmente todas as movimentações financeiras realizadas por pessoas jurídicas . Essas informações alimentam o sistema da Receita Federal e são cruzadas com: Declarações do Simples Nacional (PGDAS-D); Escrituração do Lucro Presumido e Lucro Real (ECD e ECF); Emissão de notas fiscais eletrônicas (NF-e e NFS-e). Quando há divergência entre os valores movimentados e os declarados , o sistema gera automaticamente um alerta, que pode levar à lavratura de um Auto de Infração com cobrança de tributos não pagos e aplicação de multas. Quais os impactos para o empresário? Receber um Auto de Infração com base nesse cruzamento de dados pode representar um verdadeiro desastre financeiro e operacional para o empresário. Veja os principais riscos: Multas elevadas , que podem variar entre 150% a 225% do valor não declarado e juros; Exclusão do Simples Nacional , com aumento da carga tributária imediata; Impossibilidade de emitir certidões negativas (CND) , dificultando participação em licitações ou obtenção de financiamentos; Bloqueio de créditos tributários e de incentivos fiscais ; Desorganização contábil e exposição a novas fiscalizações . Além disso, o Auto de Infração pode repercutir negativamente na reputação comercial com fornecedores, parceiros e instituições bancárias se não for tratado da forma correta. É possível anular o Auto de Infração? Sim. Embora pareça algo irreversível, é possível anular o Auto de Infração em diversas situações. A Receita Federal deve seguir regras rígidas ao lavrar o auto, e qualquer erro, falha ou ausência pode tornar o lançamento nulo. Com auxílio jurídico especializado, é possível apresentar defesas administrativas ou judiciais, até buscar a anulação completa do débito . Saiba que é possível anular esse Auto de Infração, sempre busque uma opinião especializada. Como se prevenir? Para evitar a dor de cabeça de receber um Auto de Infração, é essencial: Emitir nota fiscal para todas as vendas ; Fazer o correto enquadramento tributário e escrituração contábil ; Conciliar periodicamente os valores recebidos por meios eletrônicos com os declarados; Contar com apoio contábil e jurídico para monitorar riscos de cruzamento de dados. Empresas que operam no varejo, prestação de serviços e comércio digital estão ainda mais expostas. PIX e cartões são rastreáveis e facilmente cruzáveis , por isso a informalidade e o “jeitinho” já não são mais alternativas. Conclusão: o Auto de Infração é uma ameaça real — e pode ser enfrentado Se você recebeu um Auto de Infração por movimentação incompatível com a declaração do Simples Nacional ou do Lucro Presumido, não ignore a notificação . Esse tipo de autuação pode resultar em dívidas milionárias , perda de enquadramento tributário e sérias dificuldades para manter sua empresa funcionando. Mas nem tudo está perdido. Com a estratégia correta , é possível anular o auto, reduzir as multas ou negociar a dívida . A atuação rápida é fundamental para preservar a saúde financeira do seu negócio. 📣 Recebeu uma notificação da Receita? Ou teme ser autuado por movimentações bancárias? Consulte um dos nossos especialistas em direito tributário para orientá-lo sobre Auto de Infração, entre em contato com a nossa equipe especializada pelo formulário abaixo.
Por Eduarda Saldanha 9 de julho de 2025
O que isso significa para sua empresa? No dia 27 de junho de 2025, a Receita Federal do Brasil informou oficialmente o cancelamento dos Termos de Exclusão do Simples Nacional emitidos entre os dias 24 e 27 de junho de 2025 . A notícia gerou alívio para muitos empresários, mas também exige atenção redobrada. A exclusão foi suspensa, mas não descartada. Um novo lote de processamento será iniciado nos próximos dias. Neste artigo, você entenderá o que levou ao cancelamento, o que fazer agora e como se preparar para uma eventual exclusão definitiva . Além disso, vamos explicar os impactos dessa medida e como a sua empresa pode se reorganizar para manter a competitividade e minimizar prejuízos fiscais . Por que os Termos de Exclusão foram cancelados? A Receita Federal identificou um erro no processamento dos "Relatórios de Pendências" , documentos que embasam os Termos de Exclusão do Simples Nacional. Por isso, todos os termos emitidos entre 24 e 27 de junho foram invalidados. Cada contribuinte afetado receberá uma mensagem na Caixa Postal do Domicílio Tributário Eletrônico (DTE-SN) com o comunicado oficial do cancelamento. Se você ainda não recebeu ou está com dúvidas, é possível consultar o Manual do DTE no Portal do Simples Nacional. O que fazer agora? Apesar do cancelamento, a Receita já anunciou que iniciará um novo processamento em breve . O objetivo será excluir novamente as empresas que tiverem débitos em cobrança ativa ou inscritos em Dívida Ativa da União ou infrações a legislação. 🔔 Atenção : Se sua empresa possui qualquer pendência fiscal, o momento para regularização é agora. A nova exclusão pode acontecer a qualquer momento, e agir com antecedência pode evitar prejuízos significativos. Entenda os impactos da exclusão do Simples Nacional Ser excluído do Simples Nacional representa um aumento real na carga tributária , além da complexidade na apuração de tributos e no cumprimento de obrigações acessórias. Veja os principais impactos: Aumento dos custos fiscais com PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, ICMS, ISS e outros tributos que passam a ser recolhidos separadamente, pelo lucro presumido ou real. Maior burocracia com obrigações acessórias mais detalhadas e frequentes. Redução de competitividade , especialmente para micro e pequenas empresas. É possível reverter a exclusão? Sim. A empresa pode questionar o Termo de Exclusão se identificar: Erros na apuração da dívida ; Atividades mal enquadradas como vedadas ao regime ; Falta de notificação formal ou vício no procedimento administrativo . A contestação pode ser feita administrativamente ou até judicialmente, dependendo do caso. E se a exclusão for confirmada? Se, mesmo após a contestação, a exclusão se mantiver, o próximo passo deve ser um planejamento tributário eficaz . A empresa deverá escolher entre o Lucro Presumido ou o Lucro Real , e é fundamental entender qual regime é mais vantajoso. Lucro Presumido : Mais simples, ideal para margens de lucro altas e custos controlados. Lucro Real : Mais complexo, mas vantajoso para empresas com alto custo operacional. Além disso, a reorganização societária, revisão de CNAEs e análise de créditos tributários são estratégias que podem reduzir impactos e preservar a saúde financeira da empresa . Como evitar a exclusão e garantir o retorno ao Simples? Para manter-se ou retornar ao Simples Nacional, é necessário: Quitar ou negociar os débitos fiscais com a Receita Federal ou a Procuradoria da Fazenda Nacional. Revisar o cadastro da empresa para garantir compatibilidade com o regime. Acompanhar os prazos para solicitação de reenquadramento, geralmente até 31 de janeiro do exercício seguinte. A regularização antecipada pode evitar a exclusão ou permitir o reenquadramento já no ano seguinte. Conclusão O cancelamento dos Termos de Exclusão do Simples Nacional trouxe um alívio temporário. No entanto, o risco ainda existe , e a melhor forma de proteger sua empresa é agir com planejamento e informação. Se sua empresa foi impactada ou está em risco, busque ajuda especializada para regularizar sua situação fiscal, analisar os impactos e garantir que sua operação continue competitiva, com segurança jurídica e previsibilidade financeira. Consulte um dos nossos especialistas em direito tributário para orientá-lo sobre o Termo de Exclusão de Simples Nacional, entre em contato com a nossa equipe especializada pelo formulário abaixo.