ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA POR DOENÇA RELACIONADA AO TRABALHO
Eduarda Saldanha • 25 de setembro de 2025

LER, DORT, depressão e doenças da coluna: você pode ter direito — mesmo que os sintomas estejam controlados.


Receber a notícia de que uma condição de saúde tem relação com o trabalho traz preocupação — e costuma vir acompanhada de dúvidas financeiras: “Tenho de pagar Imposto de Renda sobre minha aposentadoria?”. A boa notícia é que aposentados, pensionistas e militares reformados com determinadas doenças relacionadas ao trabalho podem ter direito à isenção do Imposto de Renda sobre os rendimentos de aposentadorias, pensões ou reformas. E, em muitos casos, é possível recuperar valores pagos indevidamente no passado.


O que é esse benefício?

É a isenção do Imposto de Renda incidente sobre proventos de aposentadoria, reforma ou pensão quando o beneficiário é portador de moléstia profissional ou outra doença grave relacionada ao trabalho. O objetivo é reduzir o impacto financeiro do tratamento e das despesas associadas à condição de saúde.

 

Quem tem direito?

  • Aposentados, pensionistas e militares reformados que comprovem diagnóstico de moléstia profissional ou de outras doenças graves relacionadas ao trabalho.
  • Importante: o benefício incide apenas sobre rendimentos de inatividade (aposentadoria/pensão), não sobre salários, aluguéis ou rendimentos de pessoa jurídica.

 

Quais doenças relacionadas ao trabalho costumam dar direito?

Doenças e síndromes comuns que podem enquadrar-se como moléstia profissional e, assim, gerar direito à isenção:

  • LER / DORT (tendinites, síndrome do túnel do carpo, bursites, síndrome do manguito rotador);
  • Doenças da coluna vertebral (lombalgias crônicas, hérnias, espondilose quando relacionadas ao esforço repetitivo ou carga física);
  • Distúrbios psíquicos decorrentes do trabalho (depressão, ansiedade severa, síndrome do pânico) quando comprovadamente agravados ou causados pelo ambiente laboral;
  • Casos em que a atividade laboral seja causa ou concausa de agravo que torne o tratamento dispendioso.

Observação: o enquadramento depende da comprovação da relação causa–efeito entre o trabalho e a doença.

 

E se hoje eu estiver bem, sem sintomas — ainda tenho direito?

Sim. O direito permanece mesmo que os sintomas estejam controlados ou em remissão. O que importa é o histórico clínico e a prova de que a doença foi/é incapacitante ou demanda tratamento contínuo. A jurisprudência reconhece que o benefício busca reduzir o ônus financeiro do tratamento, ainda que o quadro esteja estabilizado.

 

O que deve constar no laudo médico?

Um laudo completo aumenta muito as chances de sucesso. Ele deve indicar:

  • Diagnóstico com CID;
  • Data do diagnóstico (importante para eventual pedido de restituição);
  • Relação entre a doença e a atividade laboral (quando se trata de moléstia profissional);
  • Descrição da evolução clínica e tratamentos necessários.

Anexar exames, relatórios de procedimentos e prontuários fortalece o pedido.

 

A isenção vale desde quando?

O direito costuma retroagir à data do diagnóstico. Ou seja, quando comprovado que a doença existia antes, é possível pedir reconhecimento do benefício a partir dessa data — inclusive com pedido de restituição dos valores pagos indevidamente, respeitando prazos prescricionais.

 

Dá para pedir restituição de imposto pago indevidamente?

Sim. Quem pagou IR sobre aposentadoria/pensão nos últimos anos pode ter direito a restituição. Há prazos a observar (normalmente até cinco anos, dependendo do caso), por isso é importante avaliar o histórico e agir rapidamente.

 

Como solicitar o benefício?

Existem caminhos administrativos e judiciais. Em geral, recomenda-se:

  1. Reunir laudos e documentos médicos;
  2. Verificar as fontes pagadoras (INSS, regime próprio ou fundo de previdência);
  3. Formalizar o pedido com respaldo documental.

 

O que é “moléstia profissional” na prática?

É toda doença cuja causa ou concausa esteja vinculada ao trabalho habitual. Exemplo prático:

  • Digitador que desenvolve síndrome do túnel do carpo por movimentos repetitivos;
  • Trabalhador exposto a cargas que desenvolve lombalgia incapacitante;
  • Profissional submetido a constante pressão psicológica que desenvolve transtorno depressivo grave.

A comprovação exige correlação técnica entre o trabalho e a doença — e registros médicos que expliquem essa relação.

 

Quais documentos devo manter?

  • Laudos médicos detalhados (com CID e data do diagnóstico);
  • Exames e relatórios hospitalares;
  • Comprovantes de aposentadoria/pensão;
  • Prontuários, receitas e comprovantes de tratamentos;
  • Documentos que vinculem a doença ao trabalho (atestados, laudos ocupacionais).

Guardar tudo por pelo menos cinco anos é essencial para poder buscar restituições.

 

Posso perder o benefício se melhorar?

Raramente. O entendimento majoritário é que, mesmo com quadro estável, o benefício pode ser mantido enquanto houver necessidade de tratamento ou prova da condição. Revisões são possíveis, mas a manutenção costuma ser a regra quando há comprovação adequada.

 

Perguntas rápidas (FAQ)

1. A isenção vale para rendimentos de fundos privados (previdência complementar)?
Sim — quando o rendimento tem natureza previdenciária (aposentadoria/pensão), o benefício pode ser aplicado também a esses valores.

2. A isenção dispensa a entrega da declaração anual de IR?
Não. A isenção não exclui a obrigação de declarar, conforme as regras da Receita.

3. Preciso de advogado para tentar a restituição?
Recomendamos acompanhamento especializado: um advogado tributarista identifica prazos, organiza a documentação e aumenta muito as chances de sucesso, especialmente em casos de restituição judicial.

 

Por que agir agora?

  • Prazos de prescrição podem impedir a recuperação de valores antigos;
  • Documentos médicos e laudos são a chave: quanto antes encaminhar a análise, melhor.
  • Mesmo quando o benefício não é concedido administrativamente, a via judicial costuma ser eficaz quando a prova é bem organizada.

 

Conclusão

Se você é aposentado ou pensionista e sofre (ou sofreu) de LER/DORT, problemas de coluna relacionados ao trabalho, depressão agravada pelo trabalho ou outra moléstia profissional, é muito provável que exista um direito ainda inexplorado: a isenção do Imposto de Renda sobre seus rendimentos de inatividade — e, possivelmente, a restituição de valores pagos indevidamente.


Reunir prontamente laudos, exames e documentos é o primeiro passo. Para avaliar com precisão e evitar erros que prejudiquem seu pedido, conte com orientação jurídica especializada.

Se quiser, podemos revisar seus documentos e indicar os próximos passos. Não deixe dinheiro seu com o Fisco se ele não lhe pertence.


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Por Eduarda Saldanha 17 de dezembro de 2025
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Por Eduarda Saldanha 11 de novembro de 2025
Como empresas podem evitar o pagamento de entradas altas e regularizar débitos tributários com estratégias jurídicas eficazes. Muitas empresas estão enfrentando uma situação delicada: têm débitos inscritos na Receita Federal e desejam parcelar para voltar ao Simples Nacional ou obter uma CND (Certidão Negativa de Débitos), mas o valor exigido de entrada — geralmente 20% do total da dívida — torna o parcelamento inviável. Imagine uma empresa que deve R$ 800 mil: para aderir ao parcelamento, precisaria desembolsar R$ 160 mil de imediato. Para a maioria, isso é inviável. O resultado? Fica impedida de emitir certidões, perde contratos e continua acumulando juros e encargos. O que é a gestão do passivo tributário? A gestão do passivo tributário é uma estratégia jurídica e contábil utilizada para reorganizar, reduzir e negociar dívidas tributárias. Ela vai além do simples parcelamento: envolve análise das inscrições em dívida ativa, revisão de multas, prescrição, decadência e aplicação de mecanismos legais de negociação e transação tributária previstos pela própria Receita Federal e PGFN.  Como funciona na prática? Análise completa do passivo tributário: o advogado tributarista identifica todas as inscrições em dívida ativa, parcelamentos anteriores e eventuais duplicidades. Verificação de prescrição e nulidades: muitas vezes, parte das dívidas já está prescrita ou contém erros formais na CDA (Certidão de Dívida Ativa). Negociação jurídica com base nas transações tributárias: aplicam-se instrumentos legais de redução de juros, multas e encargos de até 7 0%, com prazos de parcelamento de até 145 meses (dependendo do t ipo de débito). Planejamento de caixa e execução das estratégias: a empresa paga uma entrada simbólica (ex.: R$ 15 mil), enquanto o advogado conduz todo o trâmite técnico para garantir o enquadramento legal e a regularização fiscal. O objetivo não é apenas “pagar menos”, mas voltar a ter CND , retornar ao Simples Nacional e proteger o patrimônio da empresa e dos sócios . O advogado pode reduzir a entrada e liberar fluxo de caixa para a empresa Um dos maiores diferenciais de contar com um advogado tributarista experiente é justamente a capacidade de reduzir a entrada exigida no parcelamento. Enquanto o sistema tradicional impõe uma entrada de 20%, o advogado utiliza instrumentos legais e negociações diretas com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para diminuir esse valor inicial — possibilitando que a empresa inicie sua regularização com um desembolso muito menor. Essa redução de entrada traz alívio imediato no fluxo de caixa, permitindo que a empresa mantenha suas operações, preserve empregos e volte a investir no crescimento. Com o passivo sob gestão, a empresa ganha tempo e estabilidade para planejar o futuro, sem o sufoco financeiro que a cobrança direta impõe. Benefícios da gestão do passivo tributário Redução real da dívida com base em critérios legais. Diminuição da entrada exigida e preservação do fluxo de caixa . Suspensão de cobranças e bloqueios enquanto as estratégias jurídicas são aplicadas. Recuperação da CND , possibilitando participar de licitações e manter contratos ativos. Alívio financeiro e retomada do crescimento empresarial. Com gestão profissional, o passivo tributário deixa de ser uma ameaça e passa a ser uma oportunidade de reorganização fiscal e estratégica . Exemplo prático: Uma empresa com dívida de R$ 800.000,00 que precisaria pagar R$ 160.000,00 de entrada conseguiu iniciar sua regularização com R$ 15.000,00 após análise e negociação jurídica. Por meio da gestão do passivo tributário, foi possível aplicar reduções de multa e juros previstas na legislação e estruturar um plano viável de pagamento, preservando o capital de giro e recupe rando a Certidão Negativa de Débitos. Como um advogado tributarista pode ajudar? O advogado tributarista atua de forma estratégica e técnica , revisando cada débito, aplicando a legislação vigente e conduzindo as negociações diretamente com a PGFN e Receita Federal. Ma is do que um defensor, ele se torna um gestor jurídico-financeiro da empresa, identificando oportunidades legais para redução do passivo, aliviando o caixa e restabelecendo a regularidade fiscal. Se sua empresa está impedida de parcelar os débitos por não conseguir pagar a entrada exigida, não é o fim. Com a gestão do passivo tributário, é possível iniciar a regularização com um valor reduzido, reorganizar as dívidas e voltar a operar com tranquilidade, fluxo de caixa e segurança fiscal. Quer saber como aplicar essa estratégia à sua empresa? Consulte um dos nossos especialistas em direito tributário para orientá-lo sobre como reduzir a entrada do parcelamento e conquistar sua regularidade fiscal de forma estratégica, entre em contato com a nossa equipe especializada pelo formulário abaixo.